segunda-feira, 21 de junho de 2010

Homenagem a José Saramago (1922 - 2010)


José Saramago - Cadernos de Lanzarote .

Fica desde já registado no livro magistral o presente decreto para que se cumpra e faça cumprir com particular acento a última sentença. Promulgue-se e privatize-se.

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148

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